LJOR – Por quê fazer parte do Livre.jor?

Alexsandro Ribeiro – Porque não fazer parte? Esta é a pergunta. Porque não me juntar ao trio de loucos que fica chafurdando diários oficiais todo santo dia útil, futricando a coisa pública nos links mais obscuros da internet que nem são pescados pelo Google, e seguir incomodando diariamente (365 pedidos ao ano!!!) os responsáveis em todas as instância dos poderes em responder aos questionamentos provenientes da Lei de Acesso à Informação (LAI)?

LJOR – E o que você vê nisso?

Alexsandro Ribeiro – Uma grande oportunidade de explorar uma das características fundamentais do jornalismo, que é o de dar subsídio para que as pessoas possam participar da vida pública e exercer a cidadania. Isso, claro, de forma isenta, leve e sem qualquer amarras de uma empresa de comunicação qualquer. Pautamos o que queremos dentro do nosso faro jornalístico, na medida do nosso registro e conhecimento da coisa pública, das obrigações de cada poder e instituição.

E aqui vem outra coisa que acho fenomenal na proposta do Livre, que é o de fazer grandes coisas com recursos que não é a principal ferramenta nas redações, que é atuar com a transparência passiva. Isso sempre com persistência e paciência, esperando o tempo da LAI (e muitas vezes mais um pouco), recebendo respostas lacônicas e baldes d’água fria, respirando fundo, retomando o processo, reformulando os pedidos, anexando protocolos antigos, e por aí vai.

LJOR – E esse trabalho pode contribuir com algo?

Alexsandro Ribeiro  – Faz tempo que contribui, para o campo profissional, alimentando algumas pautas, indicando para os colegas uma ferramenta de jornalismo de dados que pode ser empregada na corrida diária na redação etc. Mas o que espero que avance mais em relação aos que não são necessariamente da comunidade jornalística e que acompanham o Livre. Espero que eles percebam como podemos avançar no sistema de transparência pública, fazendo com que os órgãos cada vez mais pratiquem a transparência ativa, não esperando que peçam informação, mas já lançando ela nos sites. E, claro, em páginas visíveis e em arquivos de fácil visualização e replicação.

Acho que contribuímos, pouco a pouco, dentro dos próprios departamentos de ouvidoria dos governos municipais e estadual, dentro da Alep e lá no Governo Federal, com nossos pedidos de informação, quer seja indicando a necessidade de nos departamentos ativados pelas solicitações de estruturarem as informações para publicização, quer seja até apontando lacunas no levantamento de informações de outros órgãos.

Claro, mesmo não fazendo a revolução na transparência pública, arregaçando portas de arquivos públicos e jogando planilhas com denúncias bombásticas que derrubariam coronéis das araucárias, acredito que fazemos alguns estalos com nossos módicos trabalhos de lidar com os dados oficiais.

Espero que a gente consiga contribuir mais ainda mostrando que qualquer cidadão pode ter acesso aos dados públicos e buscar informações e respostas às suas dúvidas sobre a administração pública por meios das ferramentas de Acesso à Informação.

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