No dia 9 de outubro o Colégio Bom Jesus publicou na internet um comunicado oficial da instituição de ensino no qual ela diz repudiar “todo e qualquer tipo de intolerância”.

Foi a resposta da tradicional escola curitibana a um caso registrado dias antes, sobre um áudio que circulou em grupos de whatsapp de alunos do ensino médio. Nele, um coro de jovens canta: “Ô [inaudível], toma cuidado. O Bolsonaro vai matar viado”.

A reportagem apurou que o arquivo foi enviado num grupo fechado de whatsapp, com aproximadamente 40 jovens, de uma das turmas de “terceirão” (como é conhecido o último ano do ensino médio quando ele é também um preparatório para o vestibular).

O espaço geralmente serve para trocar informações sobre o conteúdo das aulas. Uma pessoa ali, indignada com o teor da mensagem, redirecionou a gravação para um grupo maior, com 250 pessoas. A ideia era denunciar o ocorrido.

Depois da repercussão do caso nas redes sociais, o colégio emitiu a nota na qual afirma que “o Grupo Educacional Bom Jesus tomou conhecimento que um grupo de alunos, fora das dependências da Instituição, postou nas redes sociais um vídeo com manifestações preconceituosas de cunho político e de gênero”.

Essa redação depois foi atualizada, acrescentando a informação que o áudio foi gravado no dia das eleições, 7 de outubro, durante um churrasco.

“O Grupo Educacional reafirma que repudia todo e qualquer tipo de intolerância, independentemente da sua origem, sendo tal comportamento contrário à filosofia franciscana de paz e bem que há mais de 120 anos norteia a atuação do Bom Jesus na Educação”, continua a nota, reproduzida na íntegra, na versão atualizada, no início desse texto. 

O colégio também diz que “tomou as medidas cabíveis” e, questionada sobre quais seriam, a instituição explicou que o colégio contatou as famílias dos jovens envolvidos. Os estudantes com quem a reportagem conversou, com a condição de anonimato, disseram que existem alunos LGBT na escola, que se sentiram agredidos com o áudio.

Essas mesmas palavras têm sido usadas por torcidas organizadas durante jogos de futebol do campeonato brasileiro, como forma de ironizar e ameaçar os torcedores rivais. O caso do Colégio Bom Jesus chegou ao conhecimento do Livre.jor na semana passada, durante a apuração de casos de violência relacionados à eleição. Nenhuma agressão física foi relatada no Bom Jesus, por isso a situação ficou de fora do levantamento elaborado pela Agência Pública.

Em todo o Brasil, do dia 1º de outubro em diante, pelo menos 70 situações de violência relacionadas à disputa eleitoral foram registradas. A maior parte tinha apoiadores da candidatura do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, no polo agressor. Ele chegou a se posicionar publicamente a respeito, afirmando não ter como controlar as ações de violência de quem quer vê-lo na presidência da República.

 

 

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