“Nós aqui da assembleia também tivemos um achatamento salarial. E nós não divulgamos. Temos que divulgar. Foi achatado, foi para baixo, foi pra real”, indignado, desabafou o deputado Luiz Carlos Martins (PP) na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no último dia 24 de setembro. Em meio à discussão de publicação de atos do governo, o deputado apontou o “ achatamento” do próprio salário, de R$ 25,3 mil.

Na reunião da CCJ, o deputado reforçou que o poder de compra dos salários dos deputados diminuiu ao longo dos anos. “Só para os senhores terem uma ideia, no meu terceiro mandato aqui na assembleia, você ia em uma concessionária e comprava um carro zero da melhor qualidade. Hoje, você não compra e não paga a metade de um carro popular”, afirmou o parlamentar.

O que não entrou no desabafo, contudo, é que os parlamentares, além do salário, têm direito ao ressarcimento de até R$ 31,4 mil mensais a título de gastos decorrentes da atividade parlamentar. Considerando apenas o período da atual e da legislatura anterior, desde 2015 o deputado, além do salário, recebeu R$ 1,6 milhão da cota parlamentar para custeio de gastos. Na média mensal, Luiz Carlos Martins recebeu por mês R$ 30 mil de ressarcimento.

Os dados podem ser visualizados no observatório Na Conta do Deputado, projeto mantido pelo Livre.jor para acompanhamento dos gastos dos parlamentares paranaenses com a verba de ressarcimento. As informações são atualizadas mensalmente com dados do portal da transparência da Alep.

Dos valores usados no período, o deputado gastou R$ 624 mil em pagamento de serviços técnicos profissionais, R$ 305 mil em combustíveis, R$ 186 mil em serviços gráficos, R$ 149 mil em serviços de locação de áudio, vídeo e foto, R$ 105 mil em serviços de Correios e postagens, e R$ 102 mil em insumos e serviços de informática.

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