BRASÍLIA, DF, BRASIL, 04-08-2014, 13h00: Cerca de 50 famílias do Movimento dos Sem Terra (MST) ocupam a Fazenda Três Pinheiros, uma propriedade privada localizada a aproximadamente 60km de Brasília.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dados compilados pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) atestam a existência de 6.733 famílias de trabalhadores rurais no Paraná aguardando lotes da Reforma Agrária. Elas estariam acampadas em 55 dos 399 municípios do estado, distribuídas em 99 ocupações com dimensões variadas, que vaõ de 2 a 1.130 famílias. É o Incra o órgão do governo federal encarregado de organizar a demanda dos trabalhadores rurais por lotes nos quais possam voltar a produzir.

Hoje existem 9.394 assentamentos em todo o país, totalizando 972.289 famílias atendidas pelo programa de Reforma Agrária desde a sua criação. Elas ocupam uma área de 88 milhões de hectares. No Paraná, estão apenas 329 assentamentos, nos quais vivem 18.772 famílias, espalhadas em 429 mil hectares.

Mantida a proporção de famílias por hectare existente hoje no Paraná, ocupadas por trabalhadores rurais assentados pelo governo federal, seria preciso a liberação de uma área equivalente a 153 mil hectares. Ou 1.538 km², que é 3,5 a dimensão de Curitiba. Por outro lado, se a comparação fosse com Guarapuava, que é o maior município do estado, com 3.178 km², bastaria metade dele para zerar a fila da Reforma Agrária no estado.

Considerando três pessoas por família, que é uma estimativa bastante humilde para esse tipo de cálculo, o contingente de pessoas vivendo acampadas à espera da Reforma Agrária chegaria a 20.199 seres humanos. Uma população deste tamanho equivale hoje a todos os residentes de Tibagi ou de Cruzeiro do Oeste.

Os dados da fila da Reforma Agrária no Paraná foram fornecidos pelo Incra em resposta a pedido de informação no dia 28 de março deste ano e estão anexados à notícia – basta fazer o download do PDF para consultá-los.

Em destaque