Com os R$ 164 milhões gastos com propaganda institucional em 2017, o governo do Paraná estabeleceu o novo recorde de despesa em divulgação oficial da década. Livre.jor calculou o número a partir de relatórios publicados pela Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secs) no Diário Oficial do Estado (edições 9.994 e 10.139). Os dados consolidados da administração direta e indireta também estão disponíveis para consulta na página da Secs na internet (confira aqui).

Até então o recorde de gasto com propaganda pertencia a 2012, primeiro ano em que a gestão Beto Richa (PSDB) teve liberdade para definir o orçamento do Estado. Em valores da época, foram R$ 106,8 milhões – mas que atualizados pela inflação oficial corresponderiam a R$ 138,7 milhões. O recorde quase foi quebrado no ano passado, quando um aumento de 29% nas despesas com propaganda jogou a rubrica de R$ 101 mi para R$ 131,6 mi. Nem aplicando a inflação o ano de 2016 fez frente a 2012, ficando em atuais R$ 131,9 milhões.

Contudo, nova investida na propaganda oficial, agora aumentando em 24% esse tipo de despesa, levou as administrações direta e indireta a gastarem R$ 164.318.251,47 em 2017. Vamos buscar os valores das décadas anteriores, e também corrigi-los pela inflação, para saber se este é, ou não é, o maior gasto da história do Paraná com propaganda. Mas já dá para adiantar que nessa década é difícil que ele seja ultrapassado. Primeiro, por 2018 ser ano eleitoral, no qual há forte restrição a essas despesas.

Outro motivo que deve manter 2017 no panteão dos mitos da despesa pública com propaganda institucional é que, pelo orçamento de 2019 ser elaborado pela atual gestão, sem que se conheça quem assumirá o Palácio Iguaçu após as eleições deste ano, na transição de Planos Plurianuais, não haveria motivo para não aplicar o mesmo “garrote” que Roberto Requião e Orlando Pessuti deram em Richa.

Depois de vencer as eleições, o tucano só pôde gastar R$ 5,7 milhões com divulgação no ano de 2011. Passados sete anos, ele corrigiu a “distorção”, mantendo a rubrica acima dos R$ 100 milhões – exceto em 2017, quando disputava a reeleição e gastou “só” R$ 79 milhões.

Na imagem de abertura dessa postagem constam os gastos com publicidade legal, que são informações de divulgação obrigatória, e na sequência está o valor que cada órgão vigilado pela Secs gastou com propaganda institucional. Vamos analisar melhor os números durante esta semana.

E se você acompanha as publicações do Livre.jor na editoria de Política Paraná do jornal Gazeta do Povo já sabe que há dúvidas se outras despesas não deveriam constar nesse relatório, como os R$ 3,2 milhões dispendidos pela Casa Civil com a Central de Monitoramento de Serviços Públicos. O assunto foi motivo até de um #livreleaks.

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