Fica a menos de 500 metros de distância da Área de Preservação Ambiental Sul da RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte) a barragem com rejeitos de mineração que rompeu, nesta sexta-feira (25), em Brumadinho (MG). Bastante extensa, a APA é permeada por atividades de mineração, como mostra o projeto Latentes, que mapeou locais com risco de conflito socioambiental – 4.536 em todo o Brasil.

Pela base de dados do projeto é possível acessar a autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para que a Vale S.A. extraísse ferro na região, conhecida como Minha Córrego do Feijão. A documentação mostra que a área é explorada há 79 anos, pois o primeiro registro oficial data de 1940. Ao todo, a autorização da DNPM compreende uma área de 660 hectares.

A proximidade da APA da extração mineral, com dezenas de iniciativas autorizadas pela DNPM na região, como é possível perceber pelas imagens, levaram à classificação da unidade de conservação como um conflito socioambiental latente pela agência de jornalismo Livre.jor, cuja pesquisa foi financiada pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos.

A autorização da DNPM para essa atividade se sobrepõe à APA, mas a barragem está fora dos limites da unidade de conservação. No ponto mais próximo, a distância é de apenas 340 metros. Contudo, ali não há mais área verde, pois se trata de zona de escavação da mineradora, como mostram as imagens de satélite.

A Vale assumiu a mineração no local em 2004, tomando o lugar da Ferteco Mineração, que detinha desde os anos 1940 a permissão para extração do minério de ferro na região. Há 14 minas para extração de ferro ativas na região, além de empreendimentos para exploração de areia e água mineral.

Ao lado da mina cuja barragem rompeu, a Vale é dona de área menor, com 224 hectares, também sobreposta à APA, que está em atividade desde 1956. Também foi adquirida da Ferteco em 2004. O DNPM registra multas referentes a ambas áreas no histórico de operações, mas a documentação não está disponível na internet.

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