No governo Ratinho Júnior, Casa Militar quer alugar aeronave por R$ 663 mil

Foi publicado no Diário Oficial de Comércio, Indústria e Serviços desta terça-feira (4) um pequeno despacho da Casa Militar do governo do Paraná. Nele, o órgão subordinado a Ratinho Júnior (PSD), chefe do Executivo, anuncia que deseja alugar uma empresa de táxi aéreo por até R$ 663 mil. Não há mais detalhes sobre a operação, a não ser um breve descritivo da aeronave.

Trata-se de uma locação sob demanda “de aeronave de asas fixas, bimotora, turbohélice, em perfeitas condições de uso, homologada e licenciada pelos órgãos aeronáuticos competentes [na categoria TPX]”. O valor global máximo é de R$ 663.332,80. A peça vem assinada pelo major Welby Pereira Sales. Um dos legados da gestão Beto Richa (PSDB), ocupante por dois mandatos consecutivos do Palácio Iguaçu, foi ter transformado esse tipo de contrato em tabu.

Não é à toa que, ao assumir o cargo, Ratinho Júnior usou a figura dos “jatinhos”, buscando se descolar do antecessor, de quem foi secretário de Estado. A imprensa oficial, e boa parte da mídia regional, destacou, no dia 17 de janeiro, a revogação do pregão eletrônico 1643/2017 – vencido pela Helisul Táxis Aéreos e que poderia custar até R$ 4,5 milhões por ano aos cofres públicos.

“É um compromisso com os paranaenses, que faz parte de um pacote de medidas de redução de custos e despesas que não são essenciais para o atendimento da população”, disse Ratinho Júnior na ocasião. “Estamos devolvendo a aeronave para acabar com as mordomias que vem ao longo de décadas. A população não admite mais isso”. Com a repercussão do despacho, provavelmente o político irá explicar o motivo da retomada deste contrato.

Richa penou pelo contrato –
O contrato revogado por Ratinho Júnior foi motivo de muito esforço na gestão anterior. Foi só depois de três editais e quase cinco meses de lida que o governo do Paraná conseguiu alguém disposto a oferecer o serviço de táxi aéreo. Desde novembro de 2017 a Casa Militar vinha tentando licitar o serviço. Nas duas primeiras vezes o edital foi deserto. Venceu na época a mesma empresa que já atendia o governo desde 2013, a Helisul.

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