Voto vencido na reunião do Conselho de Administração (CAD), o governo quis dobrar o valor de destinação dos lucros para os acionistas, em um montante que poderia chegar a R$ 506 milhões na proposta do governo. Ser o acionista majoritário e ter seu homem forte como integrante do CAD, o secretário da fazenda Mauro Ricardo, no entanto, não foi o suficiente para evitar a derrota que derrubou pela metade a distribuição dos dividendos.
Propostas da Diretoria – POR 29 03 2017
Em votação unânime, a diretoria da estatal manteve a proposta original de destinação de 25% do lucro de 2016 para os acionistas, calculado no montante líquido de exatos R$253.106.334,90. O valor base de cálculo para a distribuição é de R$ 1,01 bilhão.
Curiosamente o percentual aprovado é o mesmo que a Copel teve de queda no lucro em 2016 em comparação com o ano anterior, segundo dados do relatório anual da estatal.
Na ata da reunião, realizada no final de março passado, ficam claras as intenções opostas da direção da empresa e do sócio majoritário: “o Cons. Mauro Ricardo Machado Costa apresentou a posição do Governo do Estado do Paraná, que é favorável ao percentual de 50% para pagamento de dividendos aos acionistas, contrariamente ao que propõe a Diretoria Executiva da Companhia”.
O percentual definido pela direção, segundo documento de proposta de votação da reunião do CAD, atende a disposições legais e estatutárias, que estipulam que os acionistas “têm o direito de receber dividendos em montante não inferior a 25% do lucro líquido ajustado, apurado a partir do lucro líquido do exercício, subtraído da quota destinada à constituição da reserva legal”.