Lembra da aeronave comprada no início da gestão de Beto Richa (PSDB) pela Copel ao valor de R$ 16,5 milhões? Pouco mais de 1,2 mil horas de voo depois, a empresa resolveu se desfazer a aeronave. Com preço mínimo de venda de R$ 19,3 milhões – cerca de R$ 3 milhões a mais do que comprou seis anos antes-, o leilão aberto pela estatal foi deserto.
O objeto do leilão, segundo edital de venda, é a comercialização de “aeronave executiva, modelo King Air B300 (comercial 350i), da marca Beechcraft, ano 2012, número de Série FL-801, prefixo PR-PRX”. O valor mínimo de venda exato apontado no documento é de R$ 19.346.908,60.
Em resposta ao pedido de informação do Livre.jor via Lei de Acesso à Informação, a empresa afirma que a diferença de preço se dá pelo fato de que é “praxe do mercado que o valor de aeronaves esteja vinculado ao dólar”. Com isso, e, dezembro de 2011, quando foi realizada a compra, a cotação do dólar era de R$ 1,85. Em agosto deste ano, no lançamento do edital, o dólar estava cotado em R$ 4,07.
Assim, em vez de uma valorização de R$ 3 milhões, a diferença dos preços de compra e de mínimo para venda representa uma desvalorização de 53%. Ou seja, enquanto que a compra, em 2011, com a conversão da moeda, teria saído por cerca de US$ 8,9 milhões, pelo preço mínimo de leilão pedido pela Copel neste ano, a mesma aeronave poderia ser vendida a US$ 4,7 milhões.
Questionada sobre a motivação da venda do equipamento, a estatal afirma que a compra, em 2011, se deu sobretudo pelo aumento de demandas “relacionadas à expansão de seus negócios para outros nove estados da federação”. Com a finalização da maior parte dos empreendimentos, “ a necessidade de sua manutenção não se justifica mais, motivo pelo qual a Companhia decidiu pela venda”. Via LAI, a empresa afirma que não pretende comprar outra aeronave.