Parece mesmo que o “ordem e progresso” já não corresponde às expectativas do governo de Michel Temer (PMDB), que resgatou da bandeira federal o mote para a gestão pós-impeachment. Em pesquisa qualitativa realizada em setembro passado, quatro novos slogans foram lançados pelo governo para saber qual a reação dos brasileiros: Brasil, união de todos; Brasil, todos juntos; Brasil, juntos contra o atraso; e Bora pra frente.
De acordo com o relatório de pesquisa, realizada pelo Instituto Análise, por meio do convênio com a secretaria de comunicação da presidência (Secom), o atual slogan, “Ordem e Progresso”, é “desconhecido pela maioria dos participantes”. Apesar de remeter a conceitos como nacionalismo, patriotismo e organização, “aspectos que o país necessita nesse momento”, o slogan atual é “percebido como uma intenção e não como realidade”, aponta o documento do governo.
“Acho irônico. Não tem ordem nem progresso”, afirma um entrevistado de Curitiba. “Existem alguns lampejos de progresso, a ordem não é de fato algo que acontece, tem algumas mudanças boas, a economia do país ele está conseguindo administrar, agora dizer que está havendo ordem é mentira, esse progresso está mediano”, aponta um entrevistado em Salvador. “Não tem ordem e progresso muito menos, está uma desordem geral”, critica outro entrevistado em Belém.
Se o atual slogan não agrada, tampouco foram aceitas as sugestões apresentadas. Contudo, o instituto de pesquisa, nas conclusões, recomendou ao governo trabalhar as reformas e os benefícios a população sob o mote de “Para garantir o futuro, vamos fazer hoje o que não fizeram antes”. Com isso, sugere o instituto, o governo deve “trabalhar em slogans que tragam palavras relacionadas ao futuro ou ao progresso, como por exemplo, ‘Brasil, juntos para o progresso’ ou ‘Brasil, juntos pelo futuro’.”.
A pergunta sobre os slogans integra uma das pesquisas de rotina realizadas a pedido da Secretaria de Comunicação (Secom), sobre conjunturas e expectativas. O objetivo do levantamento foi “levantar percepções e expectativas da população brasileira sobre o momento político-econômico do país e sobre a atuação do Governo Federal”.
Pelo site da transparência do governo não é possível chegar ao custo específico da pesquisa. Contudo, entre janeiro e dezembro, foram gastos R$ 821 mil pela Secom com o contrato com a empresa de pesquisa de opinião responsável pelo levantamento. Clique aqui e confira o resultado completo da pesquisa.