Para defender a Reforma da Previdência, o governo federal gastou pelo menos R$ 13,5 milhões em propaganda. Os valores, obtidos via LAI, são referentes à veiculação em dezembro. A criação custou R$ 1,5 milhão e o resto é quanto foi pago para veicular as peças na imprensa local e nacional. Os dados de janeiro a março foram solicitados pelo Livre.jor ao governo.
Lançada em 5 de dezembro e no ar até esta quarta-feira (15), a campanha é composta por vídeos de 15 a 30 segundos cada, publicidade para impresso, slides para redes sociais, spots de rádio e peças para mídia externa.
[infogram id=”dd-36272754622813″]
O custo maior para veiculação no final de 2016 foi para a TV Aberta, de R$ 6,8 milhões para campanha nas duas primeiras semanas de dezembro, voltada a todos os públicos e com inserções de 30 a 60 segundos em rede nacional e regional. Das tvs em rede nacional a Globo foi a que mais recebeu o recurso, R$ 2,3 milhões, para distribuição da campanha entre as edições dos jornais, das duas novelas, do “Caldeirão do Huck” e do Fantástico. Na sequência, o plano de mídia indica a RIC (R$ 954 mil) e a Band (R$ 866 mil).
Saindo da televisão, e mostrando a preocupação do governo em defender a reforma para o público mais jovem, a internet foi o segundo meio com mais destinação de recurso para a campanha em dezembro, R$ 2,5 milhões para veiculação nas quatro semanas do mês, com inserções para todos os públicos em amplitude nacional.
O Facebook e o Twitter foram as redes sociais que mais arrecadaram na campanha do governo em publicidade. Foram R$ 1,2 para ambas, divididas em R$ 828 mil para o Facebook e R$ 372 mil para o Twitter. Ressalta-se a importância que a comunicação do governo em usar as redes sociais comparando o custo da rede social de microblogs como sendo maior que o valor gasto para veiculação da campanha em rede nacional de TV Fechada (R$ 329 mil) e na rede nacional de rádio (R$ 273 mil).
Clique aqui e confira a íntegra do plano de mídia de veiculação da campanha da previdência em dezembro, especificando rádios, redes e localidades por dia e/ou semana de veiculação e valores por mídia.
Retirada do ar – a campanha do governo federal foi suspensa a partir desta quarta-feira (15) por liminar expedida pela 1.ª Vara Federal de Porto Alegre. A decisão da justiça atende a ação civil pública movida por nove entidades sindicais. Clique aqui e confira o despacho com a decisão da justiça
Dentre os motivos para a liminar, a juíza federal Marciane Bonzanini, autora do despacho, aponta que a campanha do governo não “caráter educativo, informativo ou de orientação social, restringindo-se a trazer a visão dos membros do Partido político que a propõe e passando a mensagem de que, caso não seja aprovada a reforma proposta, o sistema previdenciário poderá acabar”.
Com isso, acrescenta, “defiro o pedido de tutela de urgência, determinando a imediata suspensão, em todo o território nacional, de todos os anúncios da campanha do Poder Executivo federal sobre a reforma da previdência nas diversas mídias e suportes em que vêm sendo publicadas
as ações de comunicação – televisão, rádios, publicações impressas (jornais e revistas), rede mundial de computadores, painéis de mídia exterior (outdoors) e de mídia interior (indoors instalados em aeroportos, estações rodoviárias e em quaisquer outros locais públicos), sob pena de multa diária de R$100.000,00 em caso de descumprimento”.