De 2015 a 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu 596 alertas relacionados à emergência de doenças perigosas – disease outbreake news, no jargão da agência internacional. Isto significa, na média, um aviso a cada três dias.
A OMS emitiu o primeiro alerta sobre o surto de coronavírus no dia 12 de janeiro, há duas semanas, registrando desde então casos na Tailândia, na Coréia do Sul e no Japão. Antes da identificação, no dia 5, a OMS recebeu da China um alerta de pneumonia causada por vírus desconhecido.
Levantamentos iniciais apontam para uma letalidade de 3% a 4% dos infectados pelo coronavírus, com mais risco para crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes.
Mas esta não é a única doença perigosa circulando agora no mundo, pois desde o início do ano o Congo está enfrentando, novamente, o Ebola. Houve um alerta de Rubéola no território palestino e uma doença respiratória nos Emirados Árabes. Portanto é óbvio que todos devem se informar a respeito do coronavírus, enquanto o impacto da doença não é totalmente conhecido, mas também é importante ter os pés no chão para evitar as fake news.
A OMS monitora atualmente 73 doenças perigosas, numa relação que vai dos casos de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), também registrada primeiro na China, em 2002, ao de varíola de búfalo, por exemplo, notificada uma única vez, em 1996, na Índia.
Demorou quase dois anos, por exemplo, para o planeta controlar a expansão da Sars. O último alerta da OMS desta “prima” do novo coronavírus foi registrado em maio de 2004, quando a expansão da doença foi contida na China. Desde 2014 ainda são registrados casos de Mers – uma variação da Síndrome Respiratória Aguda Grave surgida no Oriente Médio, com casos em dezembro de 2019 e em janeiro deste ano.
O último boletim epidemiológico da OMS sobre o Zika, noutro exemplo, é de julho de 2019. Da gripe suína A (H1N1), foi em 2010. Então a avalanche de notícias sobre o coronavírus pode até cessar nos próximos dias, se não houver aumento da letalidade, mas as instituições de saúde pública continuarão a lidar com a nova doença por vários meses até o entendimento sobre o coronavírus estabilizar.
Para quem quiser informação adicional àquela fornecida pelos noticiários, além da página da OMS na internet há outras iniciativas dedicadas ao acompanhamento do surto do novo coronavírus. Sugerimos o Corona Tracker, que no momento desta publicação anotava 6.058 casos confirmados, com 132 mortes e 110 pessoas recuperadas.