De janeiro a outubro de 2015, entrou 95% mais sêmen animal/bovino do que saiu do país. Não. Isso não é trote, não invadiram nosso site e conta no Facebook e nem é adiantamento de 1º de abril (mas pode ficar tranquilo que temos algo reservado para o dia da mentira).
“Mas que p@$$@ é essa?” – foi sua reação ao ler esse título, né não? Então, o post nada mais é que a continuação da série #livreLABesolto, no qual abordaremos os cruzamentos de dados (reais e oficiais) mais loucos e curiosos disponíveis nos bancos de dados públicos. Lembra-se da postagem da comparação de raios e ganhadores da Mega-Sena no Paraná? Pois é, #livreLABesolto.
Na recente, as informações foram coletadas no banco de dados AliceWeb, do Governo Federal, que registra as transações comerciais de importação e exportação nacionais. Milho, soja, eletrônicos, café, dentre vários outros produtos. O que sai e o que entra, por meio de transação comercial legal, está registrado lá.
Inclusive sêmen. Isso mesmo, há um mercado para esse produto do esforço animal. E o Brasil está no páreo, no entanto, recebendo mais do que mandando para fora. Só neste ano, mesmo em épocas de “vacas magras”, entre janeiro e outubro, já gastamos mais de U$ 24 milhões na importação de 5.583 quilos de sêmen animal/bovino (no banco de dados estão disponíveis os dois produtos) de acordo com o AliceWeb. Por outro lado, lançamos no mercado externo apenas 212 quilos do nosso produto, equivalente a pouco mais de U$ 1.173 milhão em sêmen animal/bovino.
Quase metade do sêmen brasileiro foi para o mercado colombiano, cerca de 100 quilos a U$ 548 mil. Já o produto dos Estados Unidos é o que mais entra no país. Em 2015, pagamos mais de U$ 16 milhões em 3.824 quilos do sêmen animal/bovino estadunidense.
Se está entrando mais sêmen que saindo no país, cabe ressaltar que o valor unitário do produto brasileiro e a taxa de crescimento da exportação, por outro lado, têm aumentado. Se compararmos dois anos fechados, 2013 e 2014, percebe-se que o crescimento da exportação de sêmen brasileiro foi de 13%, ao passo que a importação foi 11%. Em 2014, o preço do quilo do sêmen nacional foi de U$ 5,7 mil, enquanto que o importado custou aqui U$ 4,6 mil.