Não é exagero dizer que, com base em dados oficiais tabulados pelo Ministério da Saúde (MS), o ano de 2019 foi o mais perigoso para os trabalhadores paranaenses. Foram registrados 8.231 acidentes graves, superando o recorde anterior, de 2015, quando 7.420 ocorrências foram notificadas [link aqui].
Os números de intoxicações (1.062), de casos de LER e DORT (494), de câncer relacionado ao trabalho (389), de dermatoses (41), de pneumoconiose (48) e de notificações por transtorno mental (110) também são os maiores para o Paraná dentro do período disponibilizado pelo governo federal, que começa em 2007. Os dados constam na página da Sage (Sala de Apoio à Gestão Estratégica do MS) na internet.
Nisto o Paraná está na contramão do panorama nacional, que registrou seus números mais altos em 2018. No ano passado, por exemplo, o número de acidentes graves no Brasil caiu de 99.626 para 90.252 e o de notificações por transtorno mental de 1.807 para 1.747. No país, o único aumento de 2018 para 2019 foi nos casos de câncer relacionado ao trabalho, que passaram de 406 para 699.
E não se tratam de dados desimportantes, já que a Sage é referenciada pelo governo federal como fonte oficial em diversas respostas a pedidos de informação [link aqui]. Para acessar esses dados, clique na opção “Situação de Saúde” no menu principal, depois selecione Saúde do Trabalhador. É possível utilizar filtros para delimitar buscas por município e consultar um descritivo dos indicadores.
Os dados foram tabulados a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que acompanha casos de notificação obrigatória segundo legislação federal e dos Estados. Na página da Sage também é possível obter informações recentes sobre estas ocorrências, como o número de casos de sarampo, zika, violência doméstica e até da qualidade da água no país.