Entre fevereiro e março deste ano, os deputados da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) gastaram R$ 332 mil em combustível. A quantia, convertida em gasolina com base no preço médio calculado pela Agência Nacional do Petróleo daria para bancar 29 voltas no planeta Terra, considerando o rendimento médio de um carro popular. O valor total gasto integra o rol de verbas ressarcidas aos deputados em decorrência da atividade parlamentar. Entre fevereiro e março, a título de ressarcimento, os deputados gastaram R$ 2,2 milhões.
Os combustíveis, no entanto, não foram a conta maior no levantamento de gastos com a cota mensal dos deputados. São 28 as rubricas de serviços ou produtos que podem ser contemplados na cota de cada deputado. Nos dois primeiros meses da atual legislatura, a rubrica que mais consumiu a verba foi o aluguel de carros, cujo montante entre fevereiro e março somou R$ 462 mil.
Custeamento de serviços técnicos especializados também está entre os primeiros na lista, com R$ 232 mil usados nos dois meses, seguido de um total de R$ 191 mil gastos com pagamento de serviços de divulgação de atividade parlamentar. Gastos com alimentação, rubrica que vem gerando repercussão na imprensa com ações judiciais que buscam apontar irregularidades com o uso do recurso, correspondem a um total de R$ 84 mil no período.
Os dados, compilados do portal da transparência da Alep no final de abril, alimentam o observatório Na Conta do Deputado, ferramenta digital desenvolvida pelo Livre.jor que permite cruzar os dados dos gastos dos parlamentares e gerar gráficos e planilhas sobre o uso da cota.
Por mês, cada deputado, segundo o Regimento Interno da Alep, tem direito a ser ressarcido em até R$ 31,4 mil com gastos referentes à atividade parlamentar. A verba está fora do cálculo do salário e da verba de gabinete do deputado. O recurso não gasto no mês corrente acumula-se ao próximo. A conta, contudo, zera com a virada do ano.
Na legislatura passada, que durou quatro anos entre fevereiro de 2015 a janeiro deste ano, os deputados usaram R$ 75 milhões da verba de ressarcimento para cobrir gastos com a legislatura. Cerca de 30%, ou seja, aproximadamente R$ 22 milhões, foi para custear transporte dos parlamentares, entre pagamento de combustíveis e aluguel de veículos.
Matéria colaborativa – A compilação de dados com gastos em combustíveis entre fevereiro e março deste ano foi feita de forma colaborativa com alunos e professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e do Centro Universitário Cecal. Isso aconteceu durante a oficina que o Livre.jor ministrou no 18º Encontro Nacional de Professores em Jornalismo (ENPJ) em Ponta Grossa, no final de abril. De manhã, as moscas falaram sobre jornalismo alternativo. Pela tarde, foi realizada a oficina de jornalismo e dados que foram obtidos esses dados.
Participaram da oficina e colaboraram na matéria: Matheus Rolim, Maria Fernanda Laravia, Angela de Aguiar Anaíy, Lorena Panassolo, Gabriella de Barros, Veridiane Parize, Ana Paula de Oliveira, Guimarães Feld e Abinoan Santiago.