Não quer simplesmente dizer que sejam apoiadores, ou detratores, do polêmico deputado federal Jair Bolsonaro. Apenas constata quais pessoas participaram do 1º Seminário da Guarda Municipal, realizado dia 4 de março, na Assembleia Legislativa do Paraná – pra nós parece bastante provável que vocês, por um motivo ou por outro, talvez queiram ter esses nomes à mão já que teremos eleições municipais em 2016. Aliás, a lista que nos foi fornecida pela instituição, via Lei de Acesso à Informação, relaciona 130 autoridades – e não o total de 250 pessoas que estiveram no evento.

A relação, portanto, traz as pessoas identificados pelo cerimonial da Assembleia e que foram “nominadas” – tiveram sua presença registrada em microfone durante a atividade organizada pelo deputado estadual Felipe Francischini (SD). O seminário foi um palanque para o pai do parlamentar – Fernando Francischini (SD), ex-secretário de Estado da Segurança Pública do Paraná, que deixou o cargo após o ocorrido no dia 29 de abril, retornando à Câmara Federal – abordar um projeto de lei que tramita no Congresso: regulamentar porte de armas e acesso a calibres restritos para os integrantes das Guardas Municipais de todo o país. Iniciativa do próprio, registre-se.

Além de Francischini, autor do projeto, estavam listados como palestrantes, no documento da Alep, Jair e Eduardo Bolsonaro (também pai e filho, por sinal, deputados federais por Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente), Ricardo Tadeu Kusch (vice-presidente do Sindicato Metropolitano das Guardas Municipais), Marcos do Val (autor do livro “Um Brasileiro na SWAT”) e João Kopytowski (desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Paraná). Confira a notícia veiculada pela Assembleia Legislativa sobre o evento, em que os palestrantes pedem a revogação do Estatuto do Desarmamento e a municipalização da segurança pública. Não parece ter havido voz dissonante, dada a ausência de registro – mas grupos de defesa dos Direitos Humanos organizaram protestos em Curitiba na data.

Alçado a pré-candidato a presidente da República, Bolsonaro trocou o PP pelo PSC com esse objetivo, em janeiro deste ano. A recepção dele em Curitiba coincidiu com a condução coercitiva do ex-presidente Lula, que no dia 4 de março depôs na Operação Lava Jato. No aeroporto, o lutador de MMA Wanderlei Silva carregava uma bandeira do Brasil e discursou ao lado militar reformado. Bolsonaro tirou selfies com policiais militares e houve fogos de artifício. Na Assembleia, a maior parte do público era formado por guardas municipais. Se contei certo, 85 – 25 só de Curitiba. Além da capital, outras 20 cidades enviaram guardas ao evento, geralmente um ou dois. Quem “engrossou” o público foi Curitiba, Paranaguá (8), Araucária (7), Fazenda Rio Grande (7) e Campo Largo (6).

As prefeituras de Araucária, Campo Largo, São José dos Pinhais, Maringá, Sarandi e Foz do Iguaçu mandaram representantes. A Polícia Militar tinha 8 membros no seminário. Do Exército, 3. Polícia Federal e Polícia Civil, apenas um cada. Entre os 15 “civis”, tinha radialista, vendedor, vigilante, cientista e estudante. “E os políticos?”, você pergunta. Bem, além dos já nominados  estiveram no recinto o deputado federal Hidekazu Takayama (PSC) e os estaduais Gilson de Souza (PSC), Maria Victoria (PP) e Claudia Pereira (PSC). E os vereadores André Rivelini (PSC) e Emerson Pires (PSDB), da cidade de Cambira.

Quer identificar alguém? A galeria de fotos do evento com o Bolsonaro, no Flickr da Assembleia Legislativa do Paraná, tem 126 fotos. Há quem chame Bolsonaro de mito, há quem veja nele a personificação de um conservadorismo radical – dadas as acusações de racismo, homofobia e intolerância atreladas à carreira política do sujeito.

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