Se o padrão observado em outras cidades atingidas pela variante Delta acometer Curitiba, a capital do Paraná presenciará uma alta nos casos de covid-19 na semana do dia 12 de outubro. Londres, Nova Iorque e Israel vivenciaram novos picos de contaminação 80 dias, em média, após as primeiras infecções pela Delta. Esse é o alerta feito por pesquisadores da USP e Unifesp, à frente do Info Tracker, um projeto científico que monitora a pandemia em São Paulo.
Divulgado com destaque hoje pelo Poder360, o modelo desenvolvido pela equipe do Info Tracker coincide com a alta de casos no Rio de Janeiro, cujas infecções por Delta começaram em maio – três meses atrás. Hoje, os leitos de UTI da capital estão 95% lotados e há cidades, no interior do estado, com ocupação máxima.
Em São Paulo, os primeiros casos de Delta foram documentados um mês depois, em junho, daí o alerta da USP e da Unifesp para o que pode acontecer lá em setembro, bem quando os protocolos de segurança começam a ser relaxados. Hoje, no estado de São Paulo, a tendência é de queda nos casos, com a lotação dos leitos de UTI abaixo dos 43%.
Em Curitiba, o primeiro caso de Delta foi registrado no dia 19 de julho, dois meses depois do Rio de Janeiro. A paciente era uma gestante de 24 anos, sem histórico de viagens, que se recuperou da covid-19. No Paraná, quinze dias antes, Londrina teve a primeira contaminação pela Delta confirmada. Até agora são mais de 50 casos, por todo o estado. A ocupação dos leitos de UTI no Paraná está em 58%.
Se nos prendermos ao modelo preditivo da Delta, Curitiba, por exemplo, tem quase dois meses para reduzir o impacto da variante do novo coronavírus no sistema de saúde. O manejo das segundas doses estocadas, para ampliar a cobertura vacinal, e a antecipação do imunizante de reforço devem ser avaliados – ainda mais se a situação no Rio de Janeiro se agravar e a previsão para São Paulo, infelizmente, vir a ser confirmada.