Saiu uma nova lista com investigações abertas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) nesta segunda-feira (28), na edição 9.544 do Diário Oficial do Estado. E desta vez não são os casos envolvendo políticos que chamam atenção – 150 num universo de 620 apurações. O que salta aos olhos são os inquéritos para apurar corte ilegal de araucárias.
Em Pitanga, uma pessoa foi autuada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) acusada de derrubar 274 pinheiros – sendo que 26 dessas araucárias estavam dentro de uma APA (Área de Proteção Ambiental). Quem apura o caso é o promotor Wanderley Custódio e o caso, aberto há 15 dias, está identificado pelo código MP-PR 0112.15.000301-3.
Na cidade de Castro, o batalhão da Força Verde denunciou ao MP-PR a poda ilegal de mais 197 pinheiros. O fato também teria ocorrido dentro de uma APA e estaria relacionado com a criação de porcos. E o pior é que dois promotores da região parecem ter abraçado a investigação: João Blum abriu um inquérito no dia 16 de setembro (0031.15.000402-1) e, no dia seguinte, a promotora Heloísa Ruviaro fez o mesmo (0031.15.000403-9) – ou houve erro de publicação no diário oficial (confira a imagem desta postagem).
O pior é que, com ou sem erro de publicação, só esses dois casos já significam a poda irregular de 473 araucárias. Nesta listagem de investigações, 34 dizem respeito ao Meio Ambiente. Em uma delas, a acusada é a Prefeitura de Londrina, que supostamente derrubou árvores na APA do Lago Igapó 2 sem autorização do Instituto Ambiental do Paraná – a área é um dos cartões postais da cidade.
E que tal o caso registrado em Ibiporã? Um operador de moto-serra da prefeitura prestou depoimento ao Ministério Público do Paraná queixando-se de falta de equipamento de segurança. Não foi atendido e, ainda por cima, teria tido que podar árvores em casa de políticos da região, de amigos de políticos, e que a madeira decorrente do corte de árvores era vendida irregularmente. Falta saber se o MP-PR na região vai reunir indícios que comprovem, ou não, essa história.
De qualquer forma, ser investigado pelo Ministério Público não torna ninguém vilão de desenho animado. Qualquer pessoa só pode ser condenada após processo transitado em julgado – e muitas vezes essas apurações do MP-PR sequer são oferecidas à Justiça Estadual. Mas esses dados iniciais são públicos, e não custa nada conhecê-los. Quer checar o diário oficial com os próprios olhos: link para o PDF aqui.