Marcado pela comemoração do Dia Internacional da Mulher, o mês de março está terminando. Quer a notícia boa ou a ruim? A boa é que a diferença salarial entre homens e mulheres no Paraná caiu 40% desde 2002, quando a remuneração média delas era 19% inferior a deles.
A ruim é que apesar da correção de trajetória, as mulheres ainda ganham, em média, 11,23% a menos que os homens no Paraná. É a menor diferença da série histórica apurada pelo Dieese – entidade criada pelo movimento sindical brasileiro em 1955, cujas pesquisas subsidiam com dados variadas discussões de interesse público.
O estudo mais recente mostra que, em 2020, a remuneração média das mulheres no Paraná foi de R$ 2.714,48 – ante R$ 3.058,03 dos homens. Equivale a dizer, grosso modo, que para cada dez reais pagos a homens, as mulheres receberam nove reais. Ou, para ser preciso, R$ 8,87.
Piorou na pandemia
A participação delas no mercado de trabalho cresceu 11,82% desde 2002, mas sofreu um revés na pandemia. Acima dos 45% desde 2015, a marca desceu para 44,7% em 2020, durante o primeiro ano da covid-19. De um ano para o outro, 37.121 mulheres deixaram o mercado formal de trabalho – uma queda de 2,62%.
No mesmo período, aumentou 0,41% o número de homens empregados, que foi de 1,69 milhão de trabalhadores para 1,7 milhão. Esse discreto aumento não impediu que o Paraná terminasse o ano de 2020 amargando, no quadro geral, uma redução de 0,97% no número de empregos.
Só um de oito
Dos oito setores de atividade analisados pelo Dieese, as mulheres só são maioria em um deles. Pelo que apurou o órgão, elas são 67,7% da administração pública. Mas mesmo aí ganham, em média, menos que os homens (diferença de 28,96%). O dado indica que os cargos mais altos são majoritariamente ocupados homens, causando essa discrepância.
Há um empate técnico de 50,3% da participação feminina no setor de Serviços, onde a diferença salarial “cai” para 20,26%. Curiosamente, o único tipo de atividade no qual as mulheres ganham mais que os homens é na construção civil, com a remuneração média delas 4,19% acima da deles. Só que aí elas são somente 7,5% da mão de obra.
Bastante completo e detalhado, o relatório do Dieese pode ser solicitado pelo e-mail erpr@dieese.org.br.