Todo mundo que inventa uma premiação depois deve ficar blasfemando contra o próprio regulamento que escreveu. As moscas do Livre.jor passaram os últimos três dias trocando mensagens, áudios de whatsapp, xingamentos e apelando, entre os jurados, para as estratégias mais vis de convencimento uns dos outros. Tínhamos que lidar com algo muito lindo: a confiança de alguns dos melhores jornalistas do país na nossa proposta de premiar apurações corajosas, trabalhosas, necessárias e fora do convencional.

Sem contar os estudantes que submeteram ao nosso escrutínio seus trabalhos de conclusão de curso, projetos pessoais e investigações cheias de boa vontade, empenho e uma inegável crença no jornalismo como denúncia das desigualdades sociais. É muita responsabilidade ter a fé de jovens nas nossas asas de insetos.

Os jornalistas do Livre.jor podem soar arrogantes da boca para fora, ditando regra sobre o que é ou não é jornalismo-mosca, mas são humildes do coração-composto de mosca para dentro. Ninguém achava que passaríamos de meia-dúzia de inscrições dos mais chegados, muito menos que teríamos que desempatar nos milésimos de segundo, discutir se daríamos menção honrosa para todo mundo ou não.

Ficou decidido que obedeceríamos, na seleção, ao grau de exigência que os inscritos nos impuseram. Que não haveria empates. Portanto, mesmo que lacrimejando e afetivamente estraçalhados, seguimos cegamente o regulamento e, na categoria principal, os finalistas, por ordem de inscrição, são:

– Newsletter “Don’t LAI to me“, de Luiz Fernando Toledo, Maria Vitória Ramos, Léo Arcoverde, Bruno Morasutti e Fabiana Cambricoli, para a agência de dados públicos independente Fiquem Sabendo.

– “Em três anos, mais de 2,2 mil motoristas de aplicativos foram assaltados no RS”, de Hygino Vasconcellos, Cid Martins, Rossana Ruschel, Lauro Alves e Hermes Wiederkehr, para o Zero Hora [IMPRESSO].

– “Os laços familiares do clã Bolsonaro“, de Juliana Dal Piva, Juliana Castro, Rayanderson Guerra, Pedro Capetti, Marlen Couto, Bernardo Mello e João Paulo Saconi, Gabriel Godoy; Fernando Lopes, Ana Luiza Costa e Daniel Lima, para O Globo.

Na categoria destinada aos universitários, os finalistas por ordem de inscrição são:

– “Empresa beneficiada em canalização do arroio Charqueado fez doação para campanha eleitoral de Rangel”, de  Hellen Caroline Scheidt e Thaiz Aparecida Rubik, para o Foca Livre (UEPG). [IMPRESSO]

– “Cerca de 70 % dos menores abrigados não podem ser adotados”, de Vanessa Fontoura e Tainah Gil Camargo para a Beta Redação (Unisinos).

– “Homens representam 71% das mortes por transtornos da mente e de comportamento“, de Juliana Veiga, no Medium (Uninter).

– “Comunicast“, inscrito por Victor Amaral Dias, que é um projeto de extensão da UFMT.

A avaliação dos profissionais foi realizada por Alexsandro Ribeiro, João Frey e José Lázaro Jr. Por ser docente em universidade com trabalhos inscritos, Ribeiro não julgou a categoria destinada aos jornalistas em formação. O resultado final será divulgado na sexta-feira, dia 25 de outubro, em alusão ao assassinato do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura militar, em 1975.

Daqui a pouco, então isso tudo é só para criar um suspense 😉

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