Jornalista convidada do Livre.jor, Isabella Mayer de Moura levantou dados das redes sociais nesseas eleições. Leprevost foi mais ativo no Twitter, Greca se concentrou no Facebook. Na rede social mais usada no Brasil, o prefeito eleito se destacou: venceu nas reações positivas a suas postagens, recebeu mais comentários e ganhou em compartilhamentos – isso com pouco mais de um terço de “apoiadores” que seu rival, 40 mil ante 110 mil.
Por Isabella Mayer de Moura – Nos meses que passaram vimos uma das eleições mais conectadas da história do país. Em Curitiba, candidatos a prefeito usavam boa parte do tempo disponível na TV para promover hashtags e seus perfis em redes sociais – uma mudança na forma de conversar com o eleitor motivada pela expansão do acesso a smartphones e internet, e também pela restrição de financiamento de campanhas.
Para ter uma ideia do que isso significa, vamos aos dados: durante o segundo turno, coletei informações sobre a atividade dos candidatos no Twitter, pelo perfil oficial, e no Facebook, por meio de suas páginas públicas. Tais dados mostraram que as equipes adotaram formas distintas de se comunicar com os eleitores nestas redes sociais, a começar pela frequência de postagens: Ney Leprevost foi mais ativo no Twitter e a maior parte do tempo replicou tuítes de apoiadores ou notícias favoráveis a ele, enquanto Rafael Greca se destacou no Facebook, tendo registrado uma média maior de comentários e compartilhamentos do que seu adversário.
Greca também foi o mais odiado e o mais amado na rede social de Mark Zuckerberg packung viagra. A média (e a soma) de emojis ‘amei’ e ‘irritado’ que suas postagens receberam foi maior do que as de seu adversário. Leprevost só ganhou do prefeito eleito ao postar mais conteúdos tristes em sua página (foram 272 reações de ‘triste’ no período de análise). Importante lembrar que a página de Greca possui pouco mais de 40 mil curtidas e a de Leprevost, 110 mil.
Apesar destas diferenças, o conteúdo publicado no Facebook pelas equipes dos dois candidatos foi bem parecido: prioridade para fotos e vídeos, e alguns poucos links e eventos. No Twitter, Greca priorizou os tuítes originais, enquanto a maior parte da atividade de Leprevost na rede era retuitar conteúdo que lhe favorecia, como o apoio de eleitores. É possível observar com quem eles mais interagiram no Twitter no gráfico ‘Usuários que foram citados ou retuitados pelos candidatos’.
Como as redes sociais são uma via de mão dupla, os eleitores também a utilizaram para se manifestar. Após o resultado das eleições, Greca foi o assunto mais comentados no Twitter em Curitiba, com um pico de tweets por volta das 17h30, quando todas as urnas haviam sido apuradas. Entre notícias, aplausos e críticas, um tweet do HuffpostBrasil foi o mais compartilhado: “Candidato com ‘nojo de pobre’, Rafael Greca é novo prefeito de Curitiba” foi retuitado 489 vezes (das 17h de 30/10 às 17h de 31/10). Muitos outros usuários da rede social lembraram da frase mais polêmica do candidato durante a campanha e não pouparam críticas, enquanto que outros, em menor número, aproveitaram o Twitter para parabenizar o prefeito eleito.
Todos os dados que dizem respeito à atividade dos candidatos no Twitter foram coletados por meio do TAGS (Twitter Archiving Google Sheets), e no Facebook, pela Graph API da própria rede social.