Maioria da população brasileira e da paranaense, as mulheres também são a maior parcela dos funcionários da administração estadual. Elas são 60% dos 134 mil efetivos e comissionados do governo do Paraná. Mas ganham 17% a menos que os homens. Enquanto a média dos vencimentos das 83.858 mulheres efetivas, efetivas com função gratificada e comissionadas é de R$ 5.243,13, a média dos salários de 55.440 homens fica em R$ 6.305,51. A diferença, de R$ 1.062, é superior ao valor do salário-mínimo no país – hoje em R$ 937.

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Entre os efetivos, os quadros de carreira da Saúde e da Educação são os que empregam mais mulheres, cerca de 65% e 78% respectivamente. Isso, no entanto, não reflete em maiores salários. No quadro da Saúde, por exemplo, a média salarial feminina é 13% menor que a dos homens. Na Educação, o quadro é menos grave, mas ainda assim elas recebem 1% a menos que a média salarial masculina.

Não importa qual vínculo você olhe, as mulheres ganham menos que os homens no governo do Paraná

Se nos cargos efetivos, com ou sem gratificação, as mulheres são maioria – nos de livre nomeação, os comissionados, elas perdem. São apenas 47% dos 3.420 postos de trabalho preenchidos. Mas mantêm nos outros dois tipos de vínculo empregatício a maioria das vagas:  60% das vagas efetivas no Estado e 52% das funções gratificadas dadas servidores de carreira.

Comparação salarial
Na comparação salarial, os salários das mulheres são menores independente do tipo de vínculo, da função. Entre a média dos comissionados, por exemplo, as mulheres recebem salários 22% menores que dos homens. O percentual cai para 16% na comparação da média com os homens servidores efetivos.

Na função gratificada, considerado cargo de “chefia, assessoramento, secretariado”, segundo o artigo 15 do estatuto do servidor, e ocupado exclusivamente por servidores de carreira, a diferença é ligeiramente inferior a 7% em comparação com a remuneração masculina média.

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Maior diferença
A carreira militar é a que tem a menor participação feminina em todas as do executivo estadual, com elas sendo apenas 11% do efetivo de 21,5 mil profissionais. A diferença salarial também é a maior. A média das mulheres no quadro militar estadual é 21% menor que a dos homens.

Na carreira militar de oficial, a diferença das médias entre homens e mulheres chega a R$ 7 mil a menos para elas, como é o caso dos cargos de major. Entre os soldados de 1ª classe, que é o espaço da carreira com maior participação feminina (2.149 mulheres), a média é de R$ 3,7 mil ante R$ 4,08 mil dos 15,6 mil homens.

A diferença é revertida em quatro estágios da carreira, nas médias salariais de: coronel (5,2%), 1º sargento (8,9%), 2.º sargento (4,9%) e aluno de 2º ano da carreira de praça especial (0,28%). Nessas, as mulheres ganham mais.

Sobre os dados
As informações são referentes aos vencimentos de janeiro de 2017. No quadro dos efetivos estão contempladas as carreiras do Executivo e de empresas públicas. Segundo a Secretaria de Administração, órgão que forneceu os dados via Lei de Acesso à Informação, o relatório contempla as folhas centralizadas na secretaria. Não estão na tabela, portanto, informações sobre a folha das universidades estaduais. A média salarial contempla os vencimentos sem as vantagens atrasadas que foram pagas no mês analisado.

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