Vamos ler juntos este gráfico oficial do Ministério da Saúde (MS)? A novidade é que o MS fixou o pico de casos pro fim do outono. Este vai ser o pior momento. Faltam três meses, sendo que o MS prevê para antes disso o colapso do sistema de saúde (link aqui).
Estamos vivendo ainda a fase das epidemias localizadas, que antecede a aceleração dramática de casos durante abril, maio e junho no Brasil. Isto aprendemos lendo o eixo horizontal.
De olho no vertical, percebemos que o MS deixou a quantidade de casos em aberto, utilizando o “x” para representar o número. E traçou a partir disto três cenários: um com distanciamento social ampliado (DSA), em que o pico significará 3x mais mortes apesar dos esforços de todos para ficar em casa, com a atividade comercial não-essencial paralisada.
O segundo cenário, no qual morrem 9x mais pessoas, é aquele no qual foi aplicado o distanciamento social seletivo. Ou seja, em que foram afrouxados os controles, como quer o presidente da República e várias associações comerciais. O risco é que se for mal executado, sem aplicação de testes em massa e controle severo dos infectados e grupos de risco, há a chance de cairmos no pior cenário, que desconsidera os efeitos positivos do distanciamento. Seriam 18x mais mortes.
Para apoiar os profissionais de Saúde na luta contra o novo coronavirus, é preciso ter essa projeção dos casos clara na cabeça. Vai ser uma guerra de nervos. Fiquem em casa. Preparem-se para os próximos três meses.
Confira aqui a apresentação completa do Ministério da Saúde, utilizada na coletiva do dia 6 de abril de 2020 :