Localizado a não mais que algumas dezenas de metros dos gabinetes do governador Beto Richa (PSDB) e do prefeito Gustavo Fruet (PDT), o Memorial Bento Munhoz da Rocha Netto está abandonado pelas administrações de ambos. O Livre.jor apresentou pedido de informações a governo do estado e prefeitura, perguntando quem construiu e é responsável por manter o monumento. Ouviu que não era com eles.

“O Memorial Bento Munhoz da Rocha Neto faz parte de parque e praças, sendo de competência da Prefeitura Municipal de Curitiba, sugiro que entre em contato com a mesma pelo site www.curitiba.pr.gov.br ou pelo telefone 156”, diz a resposta do estado, assinada pela Casa Civil.

“Informamos que sua solicitação não se enquadra nos parâmetros da Lei de acesso à Informação do município de Curitiba, uma vez que a responsabilidade sobre as informações referentes ao Memorial Bento Munhoz da Rocha Netto são (sic) do Estado do Paraná”, lê-se no documento enviado pela secretaria municipal de Planejamento e Administração.

Erguido em 2005 para celebrar o centenário de nascimento do ex-governador – eleito pela Gazeta do Povo a “personalidade mais importante do Paraná em todos os tempos” –, o memorial está abandonado. Faltam diversas placas de granito, o mato cresce em torno, e o encardido das pedras deixa evidente que ali há tempos que não se faz uma boa limpeza. A situação não é nova. No Google Maps, é possível ver que boa parte dos problemas já existia em 2011.

O Centro Cívico é uma das obras que celebram o centenário de emancipação política do estado construídas no governo de Munhoz da Rocha – o Teatro Guaíra, a Biblioteca Pública do Paraná e a Praça 19 de Dezembro também fazem parte do pacote.

Matéria da época da inauguração, ainda disponível na agência de notícias do governo do estado, dá pistas de que ele foi, ao menos, responsável pela construção do memorial. No texto em que o então vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) tece loas a Bento, a viúva do homenageado, Flora Munhoz da Rocha – cujo primeiro aniversário de morte é lembrado justamente nesta segunda-feira (16) – afirmava estar “feliz e comovida com as homenagens do governo e do povo do Paraná”.

Arquitetura

Não foi apenas sobre a conservação do memorial que o Livre.jor inquiriu prefeitura e governo do estado. Intrigados com a arquitetura do monumento – que, no mínimo, não respeita as linhas retas e econômicas da escola modernista brasileira que marca as obras contratadas por Bento Munhoz da Rocha para celebrar o centenário –, também perguntamos quem o projetou. Ao menos por ora, mais essa pergunta seguirá sem resposta.

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