Um telão novo para o auditório Petrônio Portella, no Senado Federal, vai custar R$ 264 mil aos cofres da Casa. Segundo o edital de licitação, o sistema de vídeo wall, composto por 25 telas, poderá mostrar o “painel de votações para atender à eventuais sessões”. O curioso é que desde 2015 não foi realizado nenhuma sessão plenária no espaço.
Dados da Secretaria de Gestão de Informação e Documentação do Senado, obtidos pelo Livre.jor via lei de acesso à informação, dá conta de que nos últimos três anos, o auditório, que tem capacidade para 500 pessoas, foi palco de 112 eventos, cerca de três por mês.
Na resposta ao pedido de informação, além da lista com os eventos realizados no espaço, o Senado reiterou ainda que “sessões plenárias não são realizadas no Auditório Petrônio Portella”. No edital para justificar a compra, no entanto, a Casa sustenta que o equipamento é para as sessões “que venham a ser realizadas no auditório”.
O mais próximo de um debate sobre projeto de lei no espaço, segundo o relatório do Senado, foi uma discussão do Estatuto das Estatais, em 2015. De lá pra cá, o auditório vem sendo arena de audiências públicas, eventos internos como atualização profissional, eleições sindicais, ensaio de coral do Senado e até culto evangélico.
O lance vencedor do leilão, realizado no último dia 20 de fevereiro, é quase a metade do teto lançado pelo edital. Ou seja, o Senado estava disposto a pagar até R$ 548 mil para a compra do telão de projeção, composto por 25 aparelhos de TV de até 55 polegadas cada. Por R$ 264 mil, a empresa londrinense Microsens deverá fornecer os equipamentos, instalar o telão e dar capacitação da equipe do senado para operação do equipamento.