Não há Placar da Vida que resista à matemática básica: 131.906 paranaenses tinham contraído Covid-19 até o dia 30 de agosto, logo todos os demais correm o risco de ainda pegar a doença. Se somos 11,5 milhões, segundo a última estimativa oficial, isso significa que 98,85% da população do Estado segue ameaçada pelo novo coronavírus.
O cálculo não muda para pensar a situação em Curitiba (98,45% em risco), Londrina (98,81%), Maringá (98,71%), Foz do Iguaçu (98,30%), Ponta Grossa (99,28%) ou Matinhos (99,15%). Tomando o Brasil como um todo, com 4.088.984 casos confirmados, e uma população de 211,7 milhões de pessoas, ainda 98,06% dos habitantes do país correm o risco de contrair a Covid-19. No mundo, 99,65%.
E não se trata de uma ameaça desprezível, pois considerando os números oficiais, a letalidade do Sars-CoV-2 no Brasil gira em torno dos 3%. Há mortes em todas as faixas etárias. Por isso quando der aquela vontade de afrouxar a quarentena no feriadão do Sete de Setembro, lembre dos números e pense duas vezes a respeito do risco.
A tabela lá em cima mostra como o poder público teve que se mexer para enfrentar essa ameaça à população. Se não tivem sido abertos novos leitos em julho, o Paraná teria vivido a triste realidade de ter mais doentes que leitos de UTI disponíveis para lidar com os casos graves. Os 785 internados no final de agosto estariam em maus bocados se só houvesse os 539 leitos de abril, mas felizmente, no período, a quantidade disponível desses equipamentos dobrou.
Ouvir sobre o novo coronavírus todos os dias meio que nos impede de ter uma perspectiva mais completa sobre o perigo da pandemia. De julho para agosto, por exemplo, o número de contaminados dobrou, passando de 76 mil para 131 mil pessoas. O de óbitos passou de 1,9 mil para 3,2 mil. Nesse ritmo, setembro pode terminar com mais de 5 mil mortos no Paraná e 250 mil contaminados.
Os dados sobre o coronavírus utilizados aqui foram obtidos no Painel Covid-19 do projeto colaborativo Brasil.io. A ocupação dos leitos dos boletins da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná. Para uma visada nos dados mundiais, usamos a base de dados da Universidade John Hopkins.