Depois de seis meses convivendo com o risco de contágio pelo novo coronavírus, era previsível que a pandemia acabaria “normalizada” – até incorporada ao cotidiano. Mas é importante não cair nessa armadilha, a começar pela ampla cobertura que a imprensa no Paraná deu aos 14 mortos nas rodovias estaduais no feriadão da Independência. É que, no mesmo período, a Covid-19 matou sete vez mais. Foram 110 vítimas de 5 a 8 de setembro.

Segundo o Batalhão da Polícia Rodoviária, das 14h de sexta-feira até as 23h59 de terça, ocorreram 94 acidentes, com 106 feridos e 14 mortos [link aqui]. Se o número de falecimentos por Covid-19 foi sete vezes maior, o de contaminados ante o de feridos foi 23 vezes maior. Um número absurdamente mais expressivo, já que de sábado a terça foram confirmados 5.774 novos doentes. Pode ser chato bater na mesma tecla todos os dias (“põe máscara”, “lave as mãos”, “distanciamento social”, “nada de aglomeração no culto, na balada, na praia, no parque…”), só que é o certo a fazer.

Agora 14 mortes parace pouco, não? Pelo contrário, é um aumento de 250% em relação aos óbitos nas rodovias estaduais em 2019. O número de feridos dobrou. Os flagrantes de excesso de velocidade mais que quadruplicaram, chegando a 5.128 ocorrências. Dá para entender o tempo que isto tomou no noticiário de hoje, só não dá para trocar uma tragédia pela outra. Ambas existem e demandam da sociedade mais atenção e cuidado.

No final da terça-feira do feriadão da Independência, dos 1.095 leitos exclusivos para tratamento de adultos acometidos ou com suspeita de Covid-19 no Paraná, 793 estavam ocupados (72%). Na UTI pediátrica, os indicadores eram melhores, com apenas 27% de ocupação. Como mostra o gráfico abaixo, é na Grande Curitiba que está a maior atividade do vírus Sars-CoV-2 no momento [link aqui].

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