Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Até aqui Alvaro Dias (Podemos) estava fazendo a egípcia, ignorando Sergio Moro (União). O ex-juiz voltou ao Paraná ensaiando uma candidatura ao Palácio Iguaçu, logo Dias ainda teria a pista livre para uma reeleição segura ao Senado Federal. Manter essa aparência de calma, inclusive, era parte importante da estratégia.

Só que quem conferir a lista de pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai dar de cara com uma sondagem do Ipespe. Contratada pelo partido Podemos. Nela, Alvaro Dias testa Moro na corrida pelo governo do Paraná e na disputa da única vaga disponível no Senado Federal. A vaga que Dias quer.

Na última rodada de pesquisas do IRG, divulgada hoje, Moro está 34 pontos atrás de Ratinho Júnior (PSD) na intenção de votos, mas tem um Requião entre os dois, retirando do ex-juiz espaço vital para uma candidatura realmente competitiva. Na corrida para o Senado, Moro está apenas 10 pontos atrás de Alvaro Dias. Sem obstáculos.

A única cartada que Dias tem para jogar está nas mãos de Felipe Francischini, presidente estadual do União Brasil. Obviamente, quer Moro aceite ou não a realidade, seu nome na cédula depende do partido. Concorrendo ao governo, o ex-juiz ajuda a compor a bancada da legenda na Assembleia Legislativa do Paraná. Ao Senado, nem tanto. Felipe ajudaria Alvaro, direcionando Moro ao Palácio Iguaçu e não para Brasília?

Felipe quer ajudar alguém além de si próprio? Filho do bolsonarista Fernando Francischini, talvez queira de verdade alinhar-se aos planos de Jair, que é entulhar de gente deles no Senado Federal. Nem Alvaro Dias, nem Sergio Moro cumprem esse papel. No Paraná, isso cabe a Paulo Martins (PL) ou Aline Sleutjes (Pros). Onde ficaria o ex-juiz nesse xadrez? Ele sabe jogar esse jogo? Aguenta?

Alvaro Dias pelo visto aprendeu a lição e desconfia abertamente do que Moro diz, depois que ele abandonou a disputa presidencial pelo Podemos em nome de uma aventura mais ambiciosa ainda. Logo, logo começam as convenções partidárias. Parece que vão ser mais divertidas que nunca.

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