“Primeiramente, Fora Temer”? Não. Ao menos de acordo com pesquisas realizadas pelo governo federal em junho passado acerca da opinião de brasileiros com relação as manifestações nacionais. Ao serem questionados sobre o movimento que os levariam às ruas, em primeiro lugar, com 78% das indicações, seria para protestar contra a corrupção. Somente depois, com 64% das indicações – não cumulativa- seria pelo afastamento do presidente.
As duas pesquisas são quantitativas e foram realizadas por telefone pelo Ibope. A empresa detém dois dos três contratos para realizar levantamentos de opinião para a secretaria de comunicação (Secom). Desde janeiro já recebeu R$ 1,4 milhão para realização destes tipos de pesquisas, algumas já publicadas no Livre.jor.
As pesquisas, segundo a Secom, foram realizadas com o objetivo de conhecer as percepções dos brasileiros sobre o “momento político do país, destacando a conjuntura de tensões que desenham o cenário de crise”. As duas pesquisas foram realizadas nos dias 23, 24 e 26 de junho, por telefone e com amostras de todas as unidades federativas (pesquisa I e pesquisa II). No entanto, segundo o Ibope, com metodologia diferente, sendo que uma delas foi realizada em duas etapas.
Mesmo com métodos diferentes, a conclusão apresentadas em ambos os levantamentos apontam que “mais da metade dos entrevistados se declara de alguma forma pessimista em relação ao futuro do Brasil”, e que “a maioria do público abordado avalia negativamente o desempenho atual do Governo Federal (ruim ou péssimo). A desaprovação do desempenho atual do Governo Federal é de três quartos das respostas”.
De acordo com as pesquisas, 91% dos entrevistados sabem quem é o presidente, e 79% desaprova o governo federal, 77% acreditam que as manifestações de rua são a maneira adequada da população cobrar mudanças.
E por quais motivos iriam ruas? Além de “contra a corrupção” e “pelo afastamento do presidente” conforme já apontado, os entrevistados ainda apontaram que iriam “contra a reforma trabalhista” e “contra a reforma da previdência”, ambos com 62% das indicações, e na lanterna das respostas, participariam de manifestações por “eleições diretas”, com 56% das indicações. Quanto ao posicionamento político, cerca de 45% apontaram ser de centro.