A pérola do concurso público da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) é a única vaga para Procurador Classe 3, cuja remuneração inicial é de R$ 33.924,93. O valor é maior que a remuneração do próprio Ratinho Júnior, governador do Estado, cujo subsídio mensal é de R$ 33.763,00. Ruim não é, certo? Vão vendo.

É bastante comum que editais de concurso público sofram alterações logo após sua divulgação, para correção de erros pontuais, como essas retificações publicadas hoje (10) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para os três editais da Assembleia Legislativa do Paraná, que abrangem as carreiras de técnico legislativo, analista legislativo e procurador.

Pergunta fácil: quanto é 16 mais 80? Edital erra soma de questões

Passou batido à FGV o erro crasso das páginas 16 e 17 do edital 3, específico para a super vaga de Procurador Classe 3. Lá, no item 9.4.1, diz-se textualmente que: “A Prova Objetiva será composta por 80 (oitenta) questões de múltipla escolha, valendo 1 (um) ponto cada, numeradas sequencialmente, com 5 (cinco) alternativas e apenas uma resposta correta, sendo 16 (dezesseis) questões de Conhecimentos Gerais e 64 (sessenta e quatro) questões de Conhecimentos Específicos, totalizando 80 pontos”. 

Só que no item 9.4.3, quando aparece uma tabela discriminando quais serão os tópicos gerais exigidos e quais os conhecimentos específicos cobrados, a Alep e a FGV listam 96 questões em vez das 80 do enunciado anterior. Confiram na imagem abaixo a confusão que o edital cria ao considerar que 16 + 80 é igual a 80.

Agora ou os organizadores aumentam as questões que terão que aplicar, assumindo as 96 da tabela (o que muda o peso da relação gerais/específicos, além de ampliar o trabalho da FGV, que terá mais questões para elaborar e corrigir), ou reduz a quantidade das questões específicas, amputando a importância de alguma das áreas previamente cobradas (expondo-se à anulação do edital, uma vez que as inscrições já abriram).

Para contratar a FGV, Assembleia estimou somente 20 mil inscritos no concurso

Para organizar o primeiro concurso público geral da Assembleia Legislativa do Paraná desde 1985, a FGV receberá da Alep R$ 95 por candidato inscrito. No contrato 38/2023, firmado por dispensa de licitação, a Casa Legislativa estimou 20 mil inscritos no certame, ou seja, planejou gastar R$ 1,9 milhão com a Fundação Getúlio Vargas.

O número de 20 mil inscritos parece bastante subestimado, considerando que estarão em disputa 16 posições de técnico legislativo (remuneração inicial de R$ 4.995,21), 68 de analista legislativo (R$ 6.867,20) e a super vaga de procurador (R$ 33.924,93) – que, sozinha, tem potencial para atrair concurseiros do Brasil todo, em razão da alta remuneração inicial.

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