Depois de ver negado, pela diretoria da Copel, seu pedido para que a estatal dobrasse o pagamento de lucros, o governo do Paraná conseguiu o que queria na assembleia de acionistas da empresa, realizada na última sexta-feira (28). Com isso, o “bolo” dos acionistas passará de R$ 282 milhões para R$ 506 milhões em 2017. O governo é o principal acionista da Copel — e, portanto, que ficará com a maior parte desse dinheiro.

Recorte da ata da assembleia dos acionistas

Em março passado, o governo amargara uma derrota ao tentar aumentar a distribuição dos lucros de 25% para 50%. Em reunião do Conselho de Administração, no dia 28 de março, conforme apontado na ata, o secretário da fazenda e conselheiro da Copel, Mauro Ricardo, apresentou “a posição do Governo do Estado do Paraná, que é favorável ao percentual de 50% para pagamento de dividendos aos acionistas”.

Não contente com a negativa, na assembleia dos acionistas, conforme aponta o sumário das decisões, disponível no site da Copel, o governo retomou o tema. A divisão aprovada pelo CAD foi derrubada, e um novo item foi colocado em votação, como “proposta submetida pelo Controlador”, que é o governo. A manobra de reapresentação garantiu aos acionistas a adição de R$ 223 milhões na conta, passando de R$ 280 milhões – conforme indicação dos 25% – para R$ 506 milhões.

Ata da reunião do Conselho de Administração em que o Governo perdeu a votação pelos 50% na distribuição dos dividendos

Defesa da direção da estatal era de que parte dos lucros fosse reinvestido – A decisão dos acionistas contrariou a orientação da diretoria da empresa, que havia proposto a manutenção dos mesmos percentuais do ano passado. A diretoria da Copel defendia, conforme proposta para a reunião, a destinação de R$ 729 milhões “para constituição da Reserva de Retenção de Lucros, cuja finalidade é assegurar o programa de investimentos da Companhia”.

Recorte da proposta da direção da estatal com a indicação da distribuição dos lucros para reinvestimento

Porém, a derrota na reunião do CAD não derrubou a intenção do acionista majoritário da empresa em aprovar o aumento da distribuição dos lucros. Cabe ressaltar que o governo é acionista majoritário da estatal, com 58,6% das ações ordinárias, ou seja, aquelas que dão direito a voto.

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