Em todo o Brasil, 236 empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida estão atrasados, prejudicando a entrega de 44.782 unidades domiciliares. Os números são de dezembro de 2020 e foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional após o órgão ser questionado via Lei de Acesso à Informação. Enquanto o Pará tem 8.884 residências atingidas pelos atrasos, em Santa Catarina apenas 5 residências enfrentam o mesmo problema.

Depois do Pará, na lista de estados com mais unidades domiciliares afetadas, estão Maranhão (6.233), Pernambuco (3.216), São Paulo (3.131) e Minas Gerais (2.912). Mas a maneira que parece ser a mais flagrantemente elucidativade ver as desigualdades sociais nessa amostra de dados oficiais do governo federal é comparar por regiões.

Aí o Nordeste dispara na frente, sendo a região mais prejudicada pelos atrasos no Minha Casa, Minha Vida, com 17,6 mil residências atingidas por atrasos no programa habitacional. Depois vem Norte (12,3 mil) e Sudeste (10,2 mil), já com uma redução expressiva, mas que é nada quando comparada aos números do Centro-Oeste (3,5 mil) e do Sul (1 mil).

RegiãoEmpreendimentos com atraso na execuçãoUHs contratadas
NORDESTE11517.687
NORTE4212.305
SUDESTE4510.207
CENTRO-OESTE233.560
SUL111.023
Dados do MDR para dezembro de 2020.


Em miúdos, para cada família aguardando o fim da obra no Sul, há quase 18 na mesma situação no Nordeste do Brasil. Infelizmente os dados liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional não permitem comparações mais precisas, considerando a proporcionalidade dos empreendimentos aprovados e da demanda por moradia de habitação de interesse social.

Contudo, mesmo sem esses números, que seriam importantes para aprofundar a questão, a diferença já é suficiente para causar indignação, não? Se você é jornalista, pesquisador, ativista dos direitos humanos ou político, e quer fazer algo a respeito, os dados estão disponíveis neste link.

Situação no Paraná
O caso mais grave no Paraná está em Apucarana, onde o Ministério do Desenvolvimento Regional indica haver atraso no empreendimento Fariz Gebrim, com 520 unidades domiciliares. Também estariam com problemas uma iniciativa da Cohapar em Candói, para 15 famílias; a construção de 24 casas no Assentamento II Nova Geração, em Guarapuava; e 39 unidades no PA Sebastião da Maia, em Querência do Norte.

Na privilegiada Região Sul, o Paraná é o estado mais atingido por atrasos no Minha Casa, Minha Vida. Aqui, 598 residências estavam previstas nos empreendimentos em atraso, ante 420 no Rio Grande do Sul e apenas 5 em Santa Catarina.

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