Para cada rico de Curitiba que mora a uma caminhada do trabalho, cinco pobres precisam encarar o transporte público para receber o salário todo mês. Essa é uma descrição imprecisa, mas explícita o suficiente para evidenciar as desigualdades socioespaciais encontradas pelo Projeto Acesso a Oportunidades, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), após cruzar dados de mobilidade urbana e empregabilidade referentes a 2019.

A forma mais correta é dizer que o número de empregos acessíveis pelos 10% mais ricos da população de Curitiba é mais do que cinco vezes maior que os postos de trabalho acessíveis pelos 40% mais pobres. Essa conta se chama Razão de Palma e nela “emprego acessível” é aquele posicionado a até 30 minutos a pé da residência do trabalhador em questão.

As desigualdades socioespaciais ficam mais visíveis no gráfico abaixo, que mostra a concentração do emprego considerando o tempo de deslocamento no transporte público. Quanto mais clara a área, mais postos de trabalho estão disponíveis para quem esteja disposto a se deslocar pela cidade. Mais à esquerda, a área mais clara mostra a concentração de vagas no anel central da capital para quem pode se deslocar até 30 minuto de ônibus. Nos quadros seguintes, tem-se o resultado para uma hora, uma hora e meia e duas horas.

Os moradores da região Sul dependem mais dos ônibus para chegar ao trabalho e, neste contexto de pandemia, estão mais expostos ao coronavírus que quem pode ir a pé para o trabalho. Confira aqui o estudo completo, que faz a mesma análise para o acesso à Saúde e à Educação em Curitiba e outras grandes cidades do país.

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