Enquanto o pastor Silas Malafaia e Roberto Requião (MDB) se engalfinhavam nas redes sociais, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, reduziu de 50% para 15% a lotação máxima permitida dos espaços utilizados para atividade religiosa no Paraná. O novo limite consta na resolução 221/2021 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), elaborada e publicada na última sexta-feira (26).

Um dia antes, na quinta (25), um culto na Igreja Evangélica Assembleia de Deus Vitória em Cristo, protagonizado por Malafaia, juntou no mesmo ambiente fechado 1,2 mil pessoas. A atividade religiosa foi denunciada à Polícia Militar, que no local atestou o cumprimento da regra então vigente, dada pela resolução 219/2021 da Sesa, de 5 de fevereiro, que permitia lotação de até 50% da capacidade total dos templos.

Quem deu os números foi o próprio pastor, em seu perfil na rede social Twitter. Disse que cabiam 3 mil pessoas no local, e que no culto havia apenas 40% disso. Só que se a Sesa tivesse antecipado em um dia a atualização da resolução 219, o evento com Malafaia só poderia ter reunido 450 pessoas – menos da metade dos 1,2 mil presentes. Na quinta, a lotação dos leitos de UTI para covid-19 no Paraná era de 94%. O gráfico da média móvel, abaixo, indicava uma nova escalada dos casos.

Ainda que qualquer aglomeração deste porte, num ambiente fechado, durante o momento mais grave da pandemia no Paraná, seja por si só moralmente discutível, os realizadores da atividade religiosa estavam dentro da regra. Isso não impediu Requião de chamar Malafaia de filisteu para cima, enquanto o pastor retrucava com “linguarudo” e coisas do tipo. Que fase.

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