Dia #6. Maio, 17. Desde que foi empossado interinamente, só nessa quarta-feira Temer teve um período sozinho na sua nova sala. A agenda oficial dizia despachos internos a partir das 10h. Decerto para tomar fôlego, já que a tarde seriam oito reuniões diferentes – começando pela reunião com os manda-chuvas da Câmara dos Deputados. O Centrão quer André Moura (PSC-SE) na liderança do governo; PSDB, DEM e PPS gostariam de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A Câmara dos Deputados pode ser o calcanhar de Aquiles de Temer, ainda mais agora que essa porção do Legislativo é dirigida pelo PP, na figura de Waldir Maranhão – o homem que ameaçou anular a famosa votação do impeachment “por Deus e pela família”. Esse parlamentarismo à brasileira é um trunfo que o Partido Progressista saberá usar se for ameaçado, daí o ministro da Saúde, Ricardo Barros, não poupar declarações polêmicas – mesmo fustigado pela imprensa.

Henrique Meirelles apresentou a equipe ecônomica aos jornalistas e só depois disso os levou para papear com Michel Temer. O objetivo aqui não é discutir a demissão forçada do presidente da EBC, mas a internet não registrou um pio sobre as conversas seguintes de Temer no dia. Nenhuma foto com o ex-presidente José Sarney, agendado para as 17 horas, só por que ele criou o Ministério da Cultura em 1985? Ou sobre o destino do ex-ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que às 18h teria 15 minutos de prosa com Temer?

Tudo bem que passarinho na muda não pia, mas não precisava exagerar. Por exemplo, a senadora Marta Suplicy, encarregada de achar uma mulher para a Secretaria Nacional da Cultura, tinha horário às 18h15. O presidente do Senado, Renan Calheiros, às 19h. Às 20 horas, a agenda oficial acabava com uma visita do notório notívago José Serra – que nem no Twitter abriu o bico.

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