Em março de 2015, o então governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pediu aos deputados estaduais permissão para vender dívidas dos contribuintes, com a promessa que assim o Estado captaria mais de R$ 1 bilhão no mercado financeiro. A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) apostou no entusiasmo do Executivo e, menos de quatro meses depois, estava criada a Companhia Paranaense de Securitização (PRSEC).

Na última terça-feira (1º), seis anos depois e após ter deixado o Paraná R$ 2,5 milhões mais pobre, foi publicada no Diário Oficial do Estado a pá de cal no empreendimento, que em vez de lucro só deu prejuízo. A lei estadual autoriza Ratinho Júnior a fazer o que for preciso para extinguir a PRSEC – uma operação que ainda pode custar R$ 360 mil, segundo estimativa do governo estadual, em documento enviado à Alep.

A Livre.jor, graças à apuração do jornalista Alexsandro Ribeiro, acompanhou o naufrágio da PRSEC. Desde o início, quando a companhia foi criada tendo como sócios o ex-secretário de Fazenda, Mauro Ricardo, e dois comissionados do governo do Paraná, até os sucessivos déficits operacionais da PRSEC – de R$ 800 mil, de R$ 1,7 milhão e de R$ 2,5 milhão, quando ela finalmente foi inativada.

No ano de 2017, reportagem da Livre.jor sobre o assunto, publicada na Gazeta do Povo, obrigou o governo do Paraná a se explicar sobre a gestão da PRSEC à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O fracasso da companhia se deu em função do Tribunal de Contas do Estado suspender as atividades da PRSEC logo em seu início, por entender que os objetivos da estatal estavam “em desacordo com a legislação”.

A PRSEC ia debutar no mercado financeiro com duas operações: a primeira emissão seria de debêntures simples lastreada na carteira de recebíveis do Programa Paraná Competitivo, e a segunda em emissão privada de debêntures subordinadas. Isto nunca aconteceu e, em julho de 2018, o conselho da estatal aprovou a inativação da companhia. O prejuízo de R$ 2,5 milhões foi quanto custou manter a PRSEC por esse tempo todo.

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